Ballet clássico de repertório: de onde vêm as histórias? 

Para quem já se dedica ao ballet clássico, seja nos anos da graduação ou nas turmas de ballet adulto, o repertório é um tema importante dessa modalidade. É um privilégio dançar uma variação em competições, dá para sentir na pele a emoção de dar vida a personagens e narrativas que atravessaram séculos. Mas você já parou para pensar de onde vêm essas histórias atemporais? 

O ballet clássico de repertório é uma relíquia da história da dança, composto por obras que resistiram ao tempo, sendo encenadas e prestigiadas mundialmente. Cada um desses ballets conta uma história incrível, muitas vezes inspirada em contos populares, lendas, romances e até mesmo eventos históricos, adaptados e transformados pela genialidade de coreógrafos e compositores.

Neste artigo, você vai ser levado pela encantadora história dos repertórios de ballet clássico!

Ballet clássico de repertório: de onde surgiram as histórias? 

As histórias dos repertórios de ballet clássico têm diversas origens, refletindo o contexto cultural e social de suas épocas. Muitos ballets surgiram no período romântico do século XIX, quando a arte se voltava para o etéreo, o sobrenatural e as emoções intensas.

Contos de fadas, mitos e lendas europeias foram fontes para criar mundos de fadas, bruxas, amores proibidos e sacrifícios. A literatura também desempenhou um papel fundamental. Grandes obras literárias foram adaptadas para o palco, traduzindo complexas tramas e personagens em linguagem corporal.

A música no Ballet de repertório

Um ponto fascinante na história do ballet clássico de repertório é a relação entre a música e a coreografia. Algumas das obras mais famosas foram construídas a partir de partituras compostas especialmente para aquele ballet. No entanto, há também obras criadas utilizando músicas já existentes, adaptando-as para a narrativa e a coreografia.

Repertórios com músicas originais

Exemplos de criação entre compositor e coreógrafo são as obras de Pyotr Ilyich Tchaikovsky. Seus ballets mais famosos — O Lago dos Cisnes, A Bela Adormecida e O Quebra-Nozes — tiveram suas partituras criadas especificamente para cada enredo e para os requisitos coreográficos de Marius Petipa. Outro grande exemplo é Coppélia, com música de Léo Delibes, que se destaca por sua vivacidade e caráter.

Repertórios com músicas adaptadas

Nem todos os ballets nasceram com partituras originais. Um exemplo é Don Quixote, com música de Ludwig Minkus. Embora Minkus tenha composto a maior parte da partitura, ela frequentemente incorpora trechos de outras músicas ou variações adicionadas ao longo do tempo por diferentes produções.

Outro caso é La Fille Mal Gardée, que, em suas diversas versões ao longo dos séculos, utilizou músicas de diferentes compositores, sendo a versão de Sir Frederick Ashton (com a música de Ferdinand Hérold adaptada por John Lanchbery) a mais conhecida hoje.

O que são as variações apresentadas em competições de dança?

Dentro de um ballet de repertório, as “variações” são solos curtos, geralmente executados por um personagem principal ou um solista, e uma oportunidade de mostrar a habilidade individual do bailarino.

Em competições de dança, como o Youth America Grand Prix (YAGP) ou o Festival Internacional de Dança de Joinville, as variações de repertório são muito importantes. Elas permitem que os bailarinos demonstrem sua técnica, musicalidade e presença de palco, interpretando trechos de ballets famosos sem a necessidade de um elenco completo ou de todo o cenário da obra original.

Para quem faz aula de ballet, aprender uma variação é um rito de passagem muito importante e empolgante. Por isso, no Studio Sabrina Coelho, o ballet adulto também aprende a história e a prática de alguns repertórios, mesmo sem a intenção de levar a dança para os palcos.

Na graduação, o objetivo é diferente: conhecer os ballets de repertório faz parte do processo de aprendizagem. Além disso, muitos bailarinos fazem parte ou farão parte do grupo de competição da escola de dança, e naturalmente vão apresentar uma variação em várias competições.

Repertórios famosos de ballet clássico

Vamos mergulhar em algumas das obras mais populares do ballet clássico:

  • Giselle (1841):

Ambientado em uma vila medieval, conta a trágica história de Giselle, uma camponesa ingênua que se apaixona por Albrecht, um nobre disfarçado. Ao descobrir a farsa e o noivado de Albrecht com outra mulher, Giselle morre de coração partido. No segundo ato, ela se torna uma “Wili” — espírito de virgem que morreu antes do casamento — e, mesmo assim, protege Albrecht da vingança das outras Willis.

É considerado o epítome do ballet romântico, sendo uma das poucas obras da época a ser apresentada continuamente desde sua estreia. A personagem de Giselle exige uma transição dramática: de uma camponesa romântica a um espírito magoado.

  • O Lago dos Cisnes (1877/1895):

O Príncipe Siegfried se apaixona por Odette, uma princesa transformada em cisne pelo feiticeiro Rothbart. Odette só pode retornar à forma humana à noite e o feitiço só será quebrado se alguém jurar amor eterno a ela. Rothbart, então, engana Siegfried com sua filha Odile, a cisne negra, que é idêntica a Odette. A tragédia se instala quando Siegfried quebra seu juramento.

Apesar de ter tido uma recepção inicial fria, a versão de 1895 (com coreografias de Marius Petipa e Lev Ivanov) se tornou um dos ballets mais famosos e queridos. O “cisne negro pas de deux” é um dos momentos mais desafiadores e icônicos do ballet clássico.

  • O Quebra-Nozes (1892):

 Na noite de Natal, Clara (ou Marie) ganha um quebra-nozes em forma de soldadinho. Em um sonho mágico, ele ganha vida, e Clara é levada a um reino encantado, onde bonecas e doces dançam, culminando no famoso “Reino dos Doces”.

Inicialmente não foi um sucesso justamente pela ausência de drama, sendo uma história feliz de Natal — incomum nos palcos da época. Mas a música de Tchaikovsky se popularizou. Hoje, é o ballet mais apresentado durante a temporada de festas de fim de ano em todo o mundo. 

Onde assistir a um repertório?

A oportunidade de vivenciar o ballet clássico de repertório vai além dos vídeos e se estende aos palcos de grandes companhias, aproximando a arte do público.

  • No Brasil: companhias renomadas como o Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e a São Paulo Companhia de Dança (que frequentemente incorpora trechos e criações inspiradas no repertório) realizam temporadas com esses clássicos. Em São Paulo, o Theatro Municipal de São Paulo e o Teatro Alfa são palcos frequentes para espetáculos de balé de companhias nacionais e internacionais convidadas.
  • Em Santos: embora não haja uma companhia de repertório residente de grande porte, o Studio Sabrina Coelho promove anualmente uma apresentação de gala,  que incluem trechos e variações desses ballets, além de coreografias originais e escolas convidadas da região. Fique atento à programação, a “gala” costuma acontecer todos os anos, entre março e abril.
  • Mundo Digital: para quem busca acesso imediato, plataformas como YouTube e serviços de streaming (alguns específicos para artes cênicas) contam com performances completas e trechos de ballets de repertório de companhias como o American Ballet Theatre, Royal Ballet, Bolshoi Ballet, Paris Opéra Ballet, entre outros. É uma forma excelente de estudar as diferentes interpretações e aprofundar seu conhecimento.

Aprenda, dance e prestigie a arte do repertório no Studio Sabrina Coelho

Faz parte da jornada dos alunos do Studio Sabrina Coelho entender de onde vêm essas narrativas e encená-las — seja na graduação, desejando o palco das competições, ou no ballet adulto.

Encontre aulas de ballet no Sabrina Coelho Studio para:

  • Ballet infantil do baby à formação;
  • Ballet para adultos com turmas para diferentes níveis: iniciante, intermediário e avançado.

Além das aulas de ballet regulares, realizamos workshops, apresentações e eventos especiais, além do nosso grupo de competição que participa de diversos festivais em todo o Brasil! 

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